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Mostrando postagens de maio, 2022

Estudo destaca o papel da diplomacia de Daomé no tráfico de escravos para o Brasil

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – O Brasil foi o país que mais recebeu africanos escravizados e o último do Ocidente a abolir formalmente a escravidão. Estima-se que 4,8 milhões de africanos tenham sido transportados para o Brasil e vendidos como escravos. Outros 670 mil teriam morrido no caminho. Transcorridos 133 anos desde a abolição formal, esse elemento decisivo na formação da sociedade brasileira é uma ferida que ainda não cicatrizou. Ilustração extraída do relato do oficial militar inglês John M'Leod, que esteve em Uidá em 1803. A imagem representa o “dadá” do Daomé em uma plataforma para exibição pública (fonte: A voyage to Africa with some account of the manners and customs of the dahomian people, de John M'Leod, Londres, John Murray, 1820) Ao longo de mais de três séculos, três conjuntos de protagonistas combinaram seus interesses para instaurar e efetivar esse negócio abominável: os grandes compradores radicados no Brasil, especialmente ativos nos portos de Salv

Comprando soldados: uma estratégia de recrutamento para a Guerra do Paraguai

Para dar conta do conflito que já durava quase dois anos, o Império do Brasil criou uma Lei que permitia a alforria de escravos em troca de serviço militar – e dinheiro para o “seu senhor”. por Denise Moraes Quase dois anos de guerra já haviam se passado. As forças militares brasileiras, que tinham argentinos e uruguaios como aliados, estavam desorganizadas. Aquele ano fora particularmente difícil para os soldados no front: em abril de 1866 teve início a invasão ao desconhecido território paraguaio. Uma verdadeira guerra de posições. O deslocamento das tropas era demorado e custoso; o Exército brasileiro estava desarticulado. A derrota dos aliados na Batalha de Curupaiti, em setembro, evidenciaria o esgotamento de suas forças. Procissão religiosa durante a Guerra do Paraguai. Fonte: Fundação Biblioteca Nacional, também presente no livro “Guerra do Paraguai – Memórias e Imagens”, de Ricardo Salles. Longe do palco da “Guerra do Paraguai”, as autoridades brasileiras viam o recrutamento en