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Mostrando postagens com o rótulo Mulheres nas Letras

Absorvente feito com miolo de pão, muito comum em penitenciárias femininas brasileiras

Absorvente feito com miolo de pão, muito comum em penitenciárias femininas brasileiras.  A pobreza menstrual que muitas vezes afasta meninas da escola também atinge quem está sob custódia do Estado brasileiro.  As mulheres, dentro das prisões, por falta de absorventes, passaram a usar miolos de pão para improvisar o utensílio indispensável durante o período menstrual.  Os relatos foram muito bem colocados no livro "Presos que Menstruam" de Nana Queiroz , um intenso e chocante, mas verdadeiro relato sobre a mulher no cárcere brasileiro.  A brutal vida das mulheres - tratadas como homens - nas prisões brasileiras. Grande reportagem sobre o cotidiano das prisões femininas no Brasil, um tabu neste país, Nana Queiroz alcança o que é esperado do futuro do jornalismo: ao ouvir e dar voz às presas (e às famílias delas), desde os episódios que as levaram à cadeia até o cotidiano no cárcere, a autora costura e ilumina o mais completo e ambicioso panorama da vida de uma presidiária bras

Virginia Woolf tentou ‘curar’ sua loucura pelo suicídio

 Na manhã de sexta-feira, 28 de março de 1941, um dia claro, luminoso e frio, Virginia foi como de costume ao seu estúdio no jardim. Lá, escreveu duas cartas e atravessou os prados até o rio.  Deixando a bengala na margem, ela esforçou-se para pôr uma grande pedra no bolso do casaco. Depois encaminhou-se para a morte Em 28 de março 2020 completará 80 anos que a escritora inglesa Virginia Woolf se matou. Virginia, que hoje tende a ser comparada (desfavoravelmente) a James Joyce, que ela considerava (invejosamente) um operário autodidata, morreu aos 59 anos, jogando-se no Rio Ouse, em 1941. A obra de Virginia permanece gerando polêmica. Para alguns, ainda é inovadora. Para outros, teria envelhecido. A revolução de Virginia estaria obscurecida pela revolução de Joyce. Talvez o mais justo seja não comparar os dois autores, percebendo, antes, que há diferenças, apesar de estarem próximos (literalmente), entre eles. Sobre sua vida, é possível saber alguma ou muita coisa, principalmente depoi

Nesta rara entrevista, Simone de Beauvoir fala sobre existencialismo, religião, casamento, amor livre

“Penso que amar, de fato, não é querer possuir, mas que amar seja querer criar elos com o outro ser que não são de possessão, no mesmo sentido de possuir uma roupa ou o que comemos.” – Simone Beauvoir. A escritora e feminista francesa Simone de Beauvoir (1908-1986), consagrada por um livro fundamental para o movimento feminista, “O segundo sexo”, um marco teórico do feminismo no século XX, publicado em 1949. Formada em filosofia pela Universidade de Sorbonne, onde conheceu outros jovens intelectuais, como Maurice Merleau-Ponty, René Maheu e Jean-Paul Sartre – com quem manteve um relacionamento por toda a vida -, De Beauvoir escreveu romances, ensaios, biografias, (e até uma autobiografia!) sobre filosofia, política e questões sociais. Uma mulher atual, pensadora essencial de nosso tempo em suas mais diversas facetas: o existencialismo, a relação com Jean-Paul Sartre, o ativismo político, o feminismo, os romances e a análise sociológica. Beauvoir, continua sendo discu

Mulheres transformam mercado editorial com publicações independentes

As mulheres formam a maioria do público leitor, mas na capa dos livros os nomes femininos ainda são uma minoria. Esse foi um dos motivos para que Débora Gil Pantaleão, 29, criasse a editora Escaleras em junho de 2017, em João Pessoa (PB), de forma independente. Editoras independentes fomentam autores novatos, fazem livros em tiragens menores e não possuem auxílio financeiro de grandes parceiros ou patrocinadores.  A escritora Débora Gil Pantaleão fundou uma editora para abrir espaço para autoras no mercado dos livros De acordo com a quarta edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope em 2015, as mulheres são maior parte de quem lê e influencia o hábito da leitura. A pesquisa consultou uma amostra de 5012 pessoas entre 5 e mais de 70 anos. 52% delas eram mulheres e 48% homens. Mais da metade das pessoas consultadas (67%) disse que não possuiu nenhum responsável ou nenhuma pessoa que incentivasse a leitura na infância. Mas dos 33% que tiveram alguma i

Invisibilidade de mulheres artistas é tema de revista

Segundo Virginia Woolf em Um Teto Todo Seu, “a mulher jamais escreve sobre a própria vida e raramente mantém um diário – existe apenas um punhado de suas cartas”. A autora refere-se à dificuldade em encontrar obras literárias produzidas por mulheres nas bibliotecas universitárias inglesas. A inexistência da mulher autora ou a invisibilidade feminina nos arquivos também são temas presentes no dossiê Mulheres, Arquivos e Memórias, publicado no número 71 da Revista do IEB, editada pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP e lançada recentemente. Foto publicada na capa da nova edição da Revista do IEB (à esquerda), que discute a invisibilidade de artistas e intelectuais mulheres no Brasil, e imagem de Nísia Floresta, educadora e escritora nascida em 1809 no Rio Grande do Norte – Fotos: Reprodução Revista IEB 71 / USP. O dossiê, organizado pelas professoras Ana Paula Cavalcanti Simioni, do IEB, e Maria de Lourdes Eleutério, da Fundação Armando Álvares Penteado

Precisamos ressignificar Clarice Lispector

Querido diário de leitura, parece que não lhe dei atenção neste mês. Não foi por falta de assunto, mas sim de oportunidade de estar em meu teto e poder pensar sobre minhas leituras, minha vida e minhas escolhas. É por isso, afinal, que tenho essa coluna chamada Diário de Leitura. É sobre a leitura de livros, mas também sobre ler-me. O mês foi de mergulhar novamente em Clarice Lispector. Tentei reler alguns romances, não deu certo. Mas funcionou muito bem revisitar alguns de seus livros de crônicas e outros textos difíceis de classificá-los em um gênero textual, o que pouco importa, na verdade. Quando me perguntam sobre os livros de Clarice Lispector que mais gosto, me vem à mente o pouco comentado A maça no escuro. Mas como ele não representa o estilo mais intenso de Clarice e tenho um pouco de dificuldade para explicar porque é o meu preferido, acabo deixando de lado essa primeira ideia e respondo que o meu preferido é A paixão segundo G.H., o que também não deixa de se