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Mostrando postagens com o rótulo Poesia

Augusto dos Anjos - o poeta amargo, angustiado e pessimista

O meu nirvana No alheamento da obscura forma humana,  De que, pensando, me desencarcero,  Foi que eu, num grito de emoção, sincero  Encontrei, afinal, o meu Nirvana!  Nessa manumissão schopenhauereana,  Onde a Vida do humano aspecto fero  Se desarraiga, eu, feito força, impero  Na imanência da Idéia Soberana!  Destruída a sensação que oriunda fora  Do tato -- ínfima antena aferidora  Destas tegumentárias mãos plebéias --  Gozo o prazer, que os anos não carcomem,  De haver trocado a minha forma de homem  Pela imortalidade das Idéias!  - Augusto dos Anjos, in "Eu e outras poesias". 42ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. "Ah! Dentro de toda a alma existe a prova  De que a dor como um dartro se renova,  Augusto dos Anjos Quando o prazer barbaramente a ataca...  Assim também, observa a ciência crua,  Dentro da elipse ignívoma da lua  A realidade de uma esfera opaca.  Somente a Arte, esc

Maya Angelou: “Ainda assim eu me levanto”

Maya Angelou, figura extraordinária das letras norte-americanas, foi porta-voz dos anseios e da revolta dos negros. Amiga de Martin Luther King e de Malcolm X, a vida inteira dedicou-se à militância pelos direitos civis de seu povo. Nascendo em Saint Louis – Missouri, partindo de uma infância miserável e cheia de tropeços no Sul profundo, educou-se, para consagrar-se a duas causas: a seu povo e à poesia. Viajou pelo país fazendo campanhas onde fosse necessário; posteriormente percorreria também a África, sempre denunciando a injustiça. Artista polivalente, fez teatro, cinema, televisão, dança. Autora de livros de memórias e assessora de presidentes, soube empunhar a poesia como arma de luta pela emancipação. Selecionamos o mais famoso de seus poemas, verdadeira declaração de princípios que serve como hino de guerra da resistência à opressão e é recitado por toda parte em ocasiões públicas. Desafio ao opressor, reitera o refrão “Eu me levanto”, trazendo para o poema as conotaç