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Que tal relembrar as principais personagens mulheres da literatura?

Os personagens fazem toda diferença na narrativa de um livro. Quando são bem construídos, eles deixam a trama mais fluida, densa e interessante. Apesar da histórica diferença da quantidade entre os protagonistas masculinos e femininos nas obras, muitas personagens mulheres marcaram o mundo literário e, nos últimos anos, têm conquistado ainda mais espaço.


No mês das mulheres, nada como relembrar aquelas personagens que se tornaram queridinhas do público, né? Nossa lista reúne desde as clássicas, como Macabéa, de Clarice Lispector, até a queridinha dos jovens, a Hermione, de J. K. Rowling. Confira a lista completa e explore novas histórias!

Macabéa, de A hora da estrela, de Clarice Lispector

Macabéa vive sem saber para quê. Depois de perder a tia, viaja para o Rio de Janeiro, aluga um quarto, emprega-se como datilógrafa e se apaixona por Olímpio de Jesus, que logo a trai com uma colega de trabalho. A hora da estrela conta os momentos de criação de Rodrigo, o escritor que narra a história de Macabéa. Ela sabia que a morte estava próxima e coloca um pouco de si nas personagens. Ele, um escritor à espera da morte; ela, uma solitária que gosta de ouvir a rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste, assim como Clarice.

Hermione, de Harry Potter, de J. K. Rowling 

Personagem da saga Harry Potter, Hermione é uma das mais queridinhas da literatura infantojuvenil e young adult. Ela demonstra força, esperteza e inteligência. Harry Potter e a pedra filosofal conta a história do magricela e desengonçado Harry Potter, que era maltratado pelos tios Dursley, que o criavam. No dia do seu aniversário de 11 anos, porém, descobriu que não era um garoto qualquer, e sim um bruxo, símbolo de poder e sabedoria. 

Clarissa Dalloway, de Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf 

Esta é uma das personagens mais conhecidas de Virginia Woolf. Toda a história do romance se passa num único dia, em junho de 1923, em que Clarissa Dalloway resolve comprar flores para uma festa que vai oferecer logo em sua casa. A partir desta cena inicial, o livro segue a protagonista pelas ruas de Londres num ritmo cinematográfico, registrando suas ações, sensações e pensamentos. 

Elena Greco e Lila Cerullo, de A amiga genial, de Elena Ferrante 

Quem lê a série Napolitana, da escritora Elena Ferrante, apaixona-se pela construção das personagens Elena Greco e Lila Cerullo. A amiga genial é narrado por Lena e cobre da infância aos 16 anos das meninas. Elas se conhecem em uma vizinhança pobre de Nápoles, na década de 1950. Elena, a menina mais inteligente da turma, tem sua vida transformada quando a família do sapateiro Cerullo chega ao bairro e Lila, uma criança magra, mal comportada e selvagem, se torna o centro das atenções. Essa menina, tão diferente de Elena, exerce uma atração irresistível sobre ela. As duas se unem, competem, brigam, fazem planos.

Elizabeth Bennet, de Orgulho e preconceito, de Jane Austen 

Na Inglaterra do final do século XVI, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de 20 anos, uma das cinco filhas de um espirituoso mas imprudente senhor, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína. 

Olanna e Kainene, de Meio sol amarelo, de Chimamanda Ngozi Adichie 

Filha de uma família rica e importante da Nigéria, Olanna rejeita participar do jogo do poder que seu pai lhe reservara em Lagos. Parte, então, para Nsukka, a fim de lecionar na universidade local e viver perto do amante, o revolucionário nacionalista Odenigbo. Sua irmã Kainene de certo modo encampa seu destino. Com seu jeito altivo e pragmático, ela circula pela alta roda flertando com militares e fechando contratos milionários. Gêmeas não idênticas, elas representam os dois lados de uma nação dividida, mas presa a indissolúveis laços germanos. 

Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo 

A história de Ponciá Vicêncio descreve os caminhos, as andanças, as marcas, os sonhos e os desencantos da protagonista. A autora traça a trajetória da personagem da infância à idade adulta, analisando seus afetos e desafetos e seu envolvimento com a família e os amigos. Discute a questão da identidade de Ponciá, centrada na herança identitária do avô e estabelece um diálogo entre o passado e o presente, entre a lembrança e a vivência, entre o real e o imaginado. 

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