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A cigarra e a formiga: uma fábula para ensinar às crianças o valor do esforço

 A fábula “A cigarra e a formiga” é uma daquelas histórias que vale a pena partilhar com os mais pequenos de casa. A sua autoria é atribuída a Esopo , mas foi posteriormente recriada por Jean de La Fontaine e Félix María Samaniego . A fábula conta a história de uma cigarra que passa todo o verão cantando enquanto a formiga trabalhava duro para reunir suprimentos para o inverno. Uma história que trata da importância da previsão e do esforço que, sem dúvida, vem a calhar para refletir sobre essa questão com as crianças. Foi um verão muito quente, provavelmente um dos mais quentes das últimas décadas. Talvez por isso a cigarra tenha decidido dedicar as horas do dia a cantar alegremente debaixo de uma árvore. Ela não tinha vontade de trabalhar, só queria aproveitar o sol e cantar, cantar e cantar. Então foi assim que seus dias se passaram, um após o outro. Um daqueles dias uma formiga passou carregando um grão de trigo muito grande, tão grande que mal conseguia segurá-lo nas costas. Ao vê-

Considerações sobre a Luta Abolicionista de Joaquim Nabuco

Considerações sobre a Luta Abolicionista de Joaquim Nabuco Jorge Machado Universidade de São Paulo, 1994 Referência.: Machado, Jorge (1994) Estudos JM, n.2 ano 3. Disponível online:  http://each.usp.br/machado/soc/bibliot/machado/abolicionismo.htm "(...) Não tenho, portanto, medo de que o presente volume que eu espero por parte de um número bastante considerável de compatriotas meus, a saber: os que sentem a dor do escravo como se fora própria, e ainda mais, como parte de uma dor maior - a do Brasil, ultrajado e humilhado; os que têm a altivez de pensar - e a coragem de aceitar as consequências desse pensamento - que a pátria, como a mãe, quando não existe para os filhos mais infelizes, não existe para os mais dignos; aqueles para quem a escravidão, da degradação sistemática da natureza humana por interesses mercenários e egoístas, se não é infamante para o homem educado e feliz que a inflige, não pode sê-lo para o ente desfigurado e oprimido que a sofre; por fim os que conhecem a

Estudo destaca o papel da diplomacia de Daomé no tráfico de escravos para o Brasil

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – O Brasil foi o país que mais recebeu africanos escravizados e o último do Ocidente a abolir formalmente a escravidão. Estima-se que 4,8 milhões de africanos tenham sido transportados para o Brasil e vendidos como escravos. Outros 670 mil teriam morrido no caminho. Transcorridos 133 anos desde a abolição formal, esse elemento decisivo na formação da sociedade brasileira é uma ferida que ainda não cicatrizou. Ilustração extraída do relato do oficial militar inglês John M'Leod, que esteve em Uidá em 1803. A imagem representa o “dadá” do Daomé em uma plataforma para exibição pública (fonte: A voyage to Africa with some account of the manners and customs of the dahomian people, de John M'Leod, Londres, John Murray, 1820) Ao longo de mais de três séculos, três conjuntos de protagonistas combinaram seus interesses para instaurar e efetivar esse negócio abominável: os grandes compradores radicados no Brasil, especialmente ativos nos portos de Salv

Comprando soldados: uma estratégia de recrutamento para a Guerra do Paraguai

Para dar conta do conflito que já durava quase dois anos, o Império do Brasil criou uma Lei que permitia a alforria de escravos em troca de serviço militar – e dinheiro para o “seu senhor”. por Denise Moraes Quase dois anos de guerra já haviam se passado. As forças militares brasileiras, que tinham argentinos e uruguaios como aliados, estavam desorganizadas. Aquele ano fora particularmente difícil para os soldados no front: em abril de 1866 teve início a invasão ao desconhecido território paraguaio. Uma verdadeira guerra de posições. O deslocamento das tropas era demorado e custoso; o Exército brasileiro estava desarticulado. A derrota dos aliados na Batalha de Curupaiti, em setembro, evidenciaria o esgotamento de suas forças. Procissão religiosa durante a Guerra do Paraguai. Fonte: Fundação Biblioteca Nacional, também presente no livro “Guerra do Paraguai – Memórias e Imagens”, de Ricardo Salles. Longe do palco da “Guerra do Paraguai”, as autoridades brasileiras viam o recrutamento en

Gilberto Gil toma posse como 'imortal' da Academia Brasileira de Letras

O cantor, compositor e ex-Ministro da Cultura, Gilberto Gil , de 79 anos, tomou posse nesta sexta-feira (8) como membro "imortal" na Academia Brasileira de Letras (ABL). Gil passou a ocupar a Cadeira 20 da Academia, sucedendo o acadêmico Murilo Melo Filho, que foi advogado, escritor e um dos grandes jornalistas brasileiros da segunda metade do século XX. Em seu discurso de posse, Gil lembrou que é o primeiro representante da música popular brasileira a tomar posse na academia. "Entre tantas honrarias que a vida generosamente me proporcionou essa tem para mim uma dimensão especial, não só porque aqui é a casa de Machado de Assis, um escritor universal, afrodescendente como eu, mas também porque a ABL, fundada em 20 de julho de 1897, representa mesmo para quem a critica a instância maior que legitima e consagra de forma perene a atividade de um escritor ou criador cultura em nosso país", afirmou o novo "imortal". "A Academia Brasileira de Letras é a Cas

Aldir Blanc – ‘O bêbado e a equilibrista’

“Mas sei que uma dor assim pungente Não há de ser inutilmente A esperança Dança na corda bamba de sombrinha E em cada passo dessa linha Pode se machucar Azar! A esperança equilibrista Sabe que o show de todo artista Tem que continuar” – da canção “O bêbado e a equilibrista”, Aldir Blanc e João Bosco em 1979 “E um bêbado trajando luto Me lembrou Carlitos” Os composoitores João Bosco e Aldir Blanc, em 1982 Foto: Luiz A. Barros / Agência O Globo Aldir Blanc e João Bosco – A história de ‘O bêbado e a equilibrista’, hino da Anistia e um clássico da música brasileira Em 25 de dezembro de 1977, morria na Suíça o genial comediante e cineasta inglês Charles Chaplin. No Brasil, o cantor, violonista e compositor João Bosco sentiu a necessidade de homenagear o artista e, entre o Natal e o Ano Novo, começou a rascunhar um samba que remetia ao personagem mais famoso de Chaplin, o vagabundo Carlitos. E aí resolveu chamar o seu parceiro de fé, Aldir Blanc, para pôr letra na sua criação. Só que nas mão

Africanos estão sendo impedidos de deixar Ucrânia por 'racismo', diz União Africana

A União Africana, organização que reúne os 55 países do continente, condenou publicamente o tratamento que, conforme relatos compartilhados nos últimos dias, vem sendo dispensado aos cidadãos de países africanos que estão na Ucrânia em guerra. Muitos deles estariam enfrentando dificuldade para atravessar a fronteira para escapar do conflito, sendo inclusive impedidos de embarcar em ônibus e trens que têm saído das cidades ucranianas com os civis que tentam deixar o país. "Relatos de que africanos são selecionados para tratamento dissimilar inaceitável são chocantemente racistas e uma violação da lei internacional", diz o comunicado divulgado nesta segunda (28/2), assinado por Macky Sall, presidente da entidade, também presidente do Senegal, e por Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana e ex-primeiro ministro do Chade. "Nesse sentido, os presidentes pedem que todos os países respeitem a lei internacional e demonstrem a mesma empatia e apoio para todo