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Mostrando postagens com o rótulo Literatura

Invisibilidade de mulheres artistas é tema de revista

Segundo Virginia Woolf em Um Teto Todo Seu, “a mulher jamais escreve sobre a própria vida e raramente mantém um diário – existe apenas um punhado de suas cartas”. A autora refere-se à dificuldade em encontrar obras literárias produzidas por mulheres nas bibliotecas universitárias inglesas. A inexistência da mulher autora ou a invisibilidade feminina nos arquivos também são temas presentes no dossiê Mulheres, Arquivos e Memórias, publicado no número 71 da Revista do IEB, editada pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP e lançada recentemente. Foto publicada na capa da nova edição da Revista do IEB (à esquerda), que discute a invisibilidade de artistas e intelectuais mulheres no Brasil, e imagem de Nísia Floresta, educadora e escritora nascida em 1809 no Rio Grande do Norte – Fotos: Reprodução Revista IEB 71 / USP. O dossiê, organizado pelas professoras Ana Paula Cavalcanti Simioni, do IEB, e Maria de Lourdes Eleutério, da Fundação Armando Álvares Penteado

Precisamos ressignificar Clarice Lispector

Querido diário de leitura, parece que não lhe dei atenção neste mês. Não foi por falta de assunto, mas sim de oportunidade de estar em meu teto e poder pensar sobre minhas leituras, minha vida e minhas escolhas. É por isso, afinal, que tenho essa coluna chamada Diário de Leitura. É sobre a leitura de livros, mas também sobre ler-me. O mês foi de mergulhar novamente em Clarice Lispector. Tentei reler alguns romances, não deu certo. Mas funcionou muito bem revisitar alguns de seus livros de crônicas e outros textos difíceis de classificá-los em um gênero textual, o que pouco importa, na verdade. Quando me perguntam sobre os livros de Clarice Lispector que mais gosto, me vem à mente o pouco comentado A maça no escuro. Mas como ele não representa o estilo mais intenso de Clarice e tenho um pouco de dificuldade para explicar porque é o meu preferido, acabo deixando de lado essa primeira ideia e respondo que o meu preferido é A paixão segundo G.H., o que também não deixa de se

7 Curiosidades Sobre ‘A Estalagem’, Digo, ‘O Cortiço’, Nos 129 Anos da Obra-Prima de Aluísio Azevedo

Neste dia, 13 de maio, o romance O Cortiço (livro 33 da coleção Clássicos Hiperliteratura), de Aluísio Azevedo, completa 129 anos. Para celebrarmos a data, o Hiperliteratura selecionou algumas curiosidades sobre o romance, um dos mais importantes da nossa literatura. 1. Brasileiros antigos e modernos Em outubro de 1885, Aluísio Azevedo anunciou o esboço de um projeto literário ousado nas páginas do periódico A Semana. Ele imaginou um retrato em cinco romances intitulados, no conjunto, Brasileiros antigos e modernos, que abarcariam a sociedade brasileira do Império, desde o seu nascimento até a sua ruína (que ele imaginava próxima). Os cinco livros se chamariam: O Cortiço, A família brasileira, O felizardo,  A loreira,  A bola preta. Deles, apenas o primeiro seria lançado. *** 2. Precursor do marketing editorial no Brasil Pode-se dizer que Aluísio Azevedo foi um precursor, sob diversos aspectos, do Marketing Editorial no Brasil. Além de ser considerado um dos pr

A história por trás do mundialmente famoso poema ‘Desiderata’

A palavra “Desiderata” vem do Latin e significa “coisas que são desejadas”. Também é o título de um famosíssimo poema, que se tornou particularmente conhecido durante os anos sessenta, junto com o movimento hippie. O texto é uma reunião de sábios conselhos que deram a volta ao mundo inteiro, pela precisão de suas ideias e pela profundidade de seu conteúdo. Em um dado momento, surgiu todo um debate sobre a origem desse poema. Em torno do texto foi criada a lenda de que havia sido escrito por um monge anônimo e que havia sido encontrado sobre o banco de uma igreja em Baltimore, há duzentos anos. De acordo com esta versão, o poema teria sido escrito no ano de 1692. Na verdade, tudo se tratava de um equívoco. O autor de “Desiderata” foi o filósofo e advogado Max Ehrman. Mas o texto não foi publicado em vida; só foi a público em 1948, quando sua esposa publicou seus poemas de forma póstuma. O erro surgiu porque, por muitos anos, ‘Desiderata’ foi um poema que passou de mão e

Direito à Literatura: uma necessidade social

Toda literatura é uma forma de expressão da sociedade. As palavras nos conduzem a fazer diversas reflexões, a percorrer por mundos desconhecidos ou pouco explorados e a desenvolver a capacidade de analisar o mundo criticamente. Além disso, a leitura também possibilita uma enorme variedade de ideias e permite inúmeros benefícios para nós, leitores. Nesse sentido, o direito à literatura é uma necessidade social justamente porque colabora para a formação de cada cidadão. Antonio Cândido, um dos maiores críticos literário do país, afirmava que a Literatura é um direito tão importante que se iguala às necessidades mais básicas de um ser humano. Em uma de suas citações, ele menciona: “[…] “assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente

Sem educação, os homens ‘vão matar-se uns aos outros’, diz neurocientista António Damásio

O neurocientista António Damásio advertiu que é necessário “educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros”, porque “se não houver educação massiva, os seres humanos vão matar-se uns aos outros”. O neurocientista português falou no lançamento do seu novo livro A Estranha Ordem das Coisas, na Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, onde ele defendeu perante um auditório cheio que é preciso educarmo-nos para contrariar os nossos instintos mais básicos, que nos impelem a pensar primeiro na nossa sobrevivência. “O que eu quero é proteger-me a mim, aos meus e à minha família. E os outros que se tramem. […] É preciso suplantar uma biologia muito forte”, disse o neurocientista, associando este comportamento a situações como as que têm levado a um discurso anti-imigração e à ascensão de partidos neonazis de nacionalismo xenófobo, como os casos recentes da Alemanha e da Áustria. Para António Damásio, a forma de combater estes fenômenos “é educar maciçamente as pess

FGV libera para consulta 5 mil documentos de uma das principais líderes feministas do Brasil

Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça | CPDOC/FGV A mãe de Bárbara Heliodora  O CPDOC da FGV acaba de liberar para consulta o arquivo pessoal da poetisa e tradutora Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça (1896-1971), vista aqui quando foi escolhida Rainha dos Estudantes do Brasil, em 1929. O arquivo contém cerca de 5.000 documentos que abordam as lutas feministas do início do século XX, no Brasil.  “Os destaques são os debates sobre a igualdade de direitos entre homens e mulheres, o divórcio, a questão sufragista, saúde feminina e a importância da atuação política das mulheres em tempos de guerra”, diz o o sociólogo Celso Castro.  Anna, que foi a primeira mulher a presidir a UNE, foi casada com Marcos Carneiro de Mendonça, goleiro do Fluminense e da seleção brasileira, e teve três filhos — entre eles, a crítica teatral Bárbara Heliodora, falecida em 2015.  Fonte: O Globo Por Ancelmo Gois

Que tal relembrar as principais personagens mulheres da literatura?

Os personagens fazem toda diferença na narrativa de um livro. Quando são bem construídos, eles deixam a trama mais fluida, densa e interessante. Apesar da histórica diferença da quantidade entre os protagonistas masculinos e femininos nas obras, muitas personagens mulheres marcaram o mundo literário e, nos últimos anos, têm conquistado ainda mais espaço. No mês das mulheres, nada como relembrar aquelas personagens que se tornaram queridinhas do público, né? Nossa lista reúne desde as clássicas, como Macabéa, de Clarice Lispector, até a queridinha dos jovens, a Hermione, de J. K. Rowling. Confira a lista completa e explore novas histórias! Macabéa, de A hora da estrela, de Clarice Lispector Macabéa vive sem saber para quê. Depois de perder a tia, viaja para o Rio de Janeiro, aluga um quarto, emprega-se como datilógrafa e se apaixona por Olímpio de Jesus, que logo a trai com uma colega de trabalho. A hora da estrela conta os momentos de criação de Rodrigo, o escrito

Conceição Evaristo: “A nossa voz, quando se torna texto literário, incomoda”

Por Júlia Manzano  Fotos: Daniel Guarin/Nonada Na noite de quarta-feira (2), o Salão de Atos lotado aplaudiu de pé as falas de Conceição Evaristo, Jarid Arraes, Jeferson Tenório, Djamila Ribeiro e Winnie Bueno em diversos momentos. A abertura do Festipoa Literária foi mais do que uma discussão sobre literatura, mas um marco. O evento foi dividido em três momentos: uma mesa, mediada por Jeferson Tenório, com Conceição Evaristo e Jarid Arraes seguida de um documentário sobre a vida e a obra de Conceição; uma declamação de poesia slam com Cristal Rocha e Morgana Benevenuto; e uma mesa mediada por Winnie Bueno com Djamila Ribeiro. O evento era intitulado “Escrevivências” e teve a complexidade do título. Qual o poder da literatura? Qual a coletividade da palavra? Como as vivências atuam perante nós e nossa escrita? Esses foram apenas alguns dos temas da noite abordados por Jeferson Tenório e Winnie Bueno e aprofundados por Conceição Evaristo, Jarid Arraes e Djamila Ribeiro.