O meu nirvana No alheamento da obscura forma humana, De que, pensando, me desencarcero, Foi que eu, num grito de emoção, sincero Encontrei, afinal, o meu Nirvana! Nessa manumissão schopenhauereana, Onde a Vida do humano aspecto fero Se desarraiga, eu, feito força, impero Na imanência da Idéia Soberana! Destruída a sensação que oriunda fora Do tato -- ínfima antena aferidora Destas tegumentárias mãos plebéias -- Gozo o prazer, que os anos não carcomem, De haver trocado a minha forma de homem Pela imortalidade das Idéias! - Augusto dos Anjos, in "Eu e outras poesias". 42ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998. "Ah! Dentro de toda a alma existe a prova De que a dor como um dartro se renova, Augusto dos Anjos Quando o prazer barbaramente a ataca... Assim também, observa a ciência crua, Dentro da elipse ignívoma da lua A realidade de uma esfera opaca. Somente a Arte, esc
~ Interlocutores da História~