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Mostrando postagens de março, 2019

Editora vai dar desconto em todos os livros sobre o golpe militar

A Boitempo prepara uma ação especial para a próxima semana: todos os seus e-books sobre o golpe militar estarão com desconto em seu site entre os dias 1º e 5 e vão custar até R$ 9,90. A iniciativa é uma resposta à sugestão de Jair Bolsonaro para que os quartéis comemorem "a data histórica". Entre os livros está O Que Resta da Ditadura, organizado por Edson Teles e Vladimir Safatle e que ganha agora versão digital. Há também mini-ebooks a R$ 1,99: Tortura e Sintoma Social, de Maria Rita Kehl, e 1964, de Paulo Arantes. Algumas obras físicas também terão até 50% de desconto. Outras editoras preparam lançamentos sobre o tema. No dia 2, por exemplo, Eduardo Reina lança no Maria Antonia Cativeiro Sem Fim - A História de Bebês, Crianças e Adolescentes Sequestrados Pela Ditadura Militar (Alameda e Instituto Vladimir Herzog). Fonte: em.com.br

Direito à Literatura: uma necessidade social

Toda literatura é uma forma de expressão da sociedade. As palavras nos conduzem a fazer diversas reflexões, a percorrer por mundos desconhecidos ou pouco explorados e a desenvolver a capacidade de analisar o mundo criticamente. Além disso, a leitura também possibilita uma enorme variedade de ideias e permite inúmeros benefícios para nós, leitores. Nesse sentido, o direito à literatura é uma necessidade social justamente porque colabora para a formação de cada cidadão. Antonio Cândido, um dos maiores críticos literário do país, afirmava que a Literatura é um direito tão importante que se iguala às necessidades mais básicas de um ser humano. Em uma de suas citações, ele menciona: “[…] “assim como não é possível haver equilíbrio psíquico sem o sonho durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a literatura. Deste modo, ela é fator indispensável de humanização e, sendo assim, confirma o homem na sua humanidade, inclusive porque atua em grande parte no subconsciente

Sem educação, os homens ‘vão matar-se uns aos outros’, diz neurocientista António Damásio

O neurocientista António Damásio advertiu que é necessário “educar massivamente as pessoas para que aceitem os outros”, porque “se não houver educação massiva, os seres humanos vão matar-se uns aos outros”. O neurocientista português falou no lançamento do seu novo livro A Estranha Ordem das Coisas, na Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, onde ele defendeu perante um auditório cheio que é preciso educarmo-nos para contrariar os nossos instintos mais básicos, que nos impelem a pensar primeiro na nossa sobrevivência. “O que eu quero é proteger-me a mim, aos meus e à minha família. E os outros que se tramem. […] É preciso suplantar uma biologia muito forte”, disse o neurocientista, associando este comportamento a situações como as que têm levado a um discurso anti-imigração e à ascensão de partidos neonazis de nacionalismo xenófobo, como os casos recentes da Alemanha e da Áustria. Para António Damásio, a forma de combater estes fenômenos “é educar maciçamente as pess

FGV libera para consulta 5 mil documentos de uma das principais líderes feministas do Brasil

Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça | CPDOC/FGV A mãe de Bárbara Heliodora  O CPDOC da FGV acaba de liberar para consulta o arquivo pessoal da poetisa e tradutora Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça (1896-1971), vista aqui quando foi escolhida Rainha dos Estudantes do Brasil, em 1929. O arquivo contém cerca de 5.000 documentos que abordam as lutas feministas do início do século XX, no Brasil.  “Os destaques são os debates sobre a igualdade de direitos entre homens e mulheres, o divórcio, a questão sufragista, saúde feminina e a importância da atuação política das mulheres em tempos de guerra”, diz o o sociólogo Celso Castro.  Anna, que foi a primeira mulher a presidir a UNE, foi casada com Marcos Carneiro de Mendonça, goleiro do Fluminense e da seleção brasileira, e teve três filhos — entre eles, a crítica teatral Bárbara Heliodora, falecida em 2015.  Fonte: O Globo Por Ancelmo Gois

Que tal relembrar as principais personagens mulheres da literatura?

Os personagens fazem toda diferença na narrativa de um livro. Quando são bem construídos, eles deixam a trama mais fluida, densa e interessante. Apesar da histórica diferença da quantidade entre os protagonistas masculinos e femininos nas obras, muitas personagens mulheres marcaram o mundo literário e, nos últimos anos, têm conquistado ainda mais espaço. No mês das mulheres, nada como relembrar aquelas personagens que se tornaram queridinhas do público, né? Nossa lista reúne desde as clássicas, como Macabéa, de Clarice Lispector, até a queridinha dos jovens, a Hermione, de J. K. Rowling. Confira a lista completa e explore novas histórias! Macabéa, de A hora da estrela, de Clarice Lispector Macabéa vive sem saber para quê. Depois de perder a tia, viaja para o Rio de Janeiro, aluga um quarto, emprega-se como datilógrafa e se apaixona por Olímpio de Jesus, que logo a trai com uma colega de trabalho. A hora da estrela conta os momentos de criação de Rodrigo, o escrito

Acreditar em Si Mesmo — acender a própria lareira

Em nossos tempos desconfiamos sempre daquele que acredita em si mesmo; outrora, acreditar em si mesmo era suficiente para levar outros a crer na gente.  A receita para obter fé hoje é: "Não te poupes a ti mesmo! Se quiseres que tua opinião seja vista sob uma luz favorável, começa por acender tua própria lareira!". — Friedrich Wilhelm Nietzsche , in O Viajante & Sua Sombra - aforismo 319. Obra de arte por Tim Rayner. Fonte: Literatus

Saramago — egoísmo

Na verdade ainda está por nascer o primeiro ser humano desprovido daquela segunda pele a que chamamos egoísmo, bem mais dura que a outra, que por qualquer coisa sangra. — José Saramago, in Ensaio Sobre a Cegueira. Companhia das Letras, pág. 169. Obra de Xue Jiye. Fonte: Literatus

'Mil e uma noites, mil e uma iguarias' ganha segunda edição

Recuperando elementos das origens d’As mil e uma noites, este conjunto narrativo portentoso e que desempenhou um papel de imenso relevo para o próprio conhecimento do Oriente por parte do Ocidente, Rosa Belluzo nos leva ao potentado do califa Haroun al-Rashid (763-809), um personagem recorrente dos contos narrados por Sherazade.  Foi durante seu califado, em Bagdá, então capital do Império Abássida e cidade com localização privilegiada, entre os rios Tigre e o Eufrates, que a elite árabe deu início ao verdadeiro culto à boa culinária. Trazendo-nos receitas variadas, doces e salgadas, Rosa Belluzo nos leva a um mergulho nas especiarias, aromas e cores da culinária das Arábias.  Muito mais que um livro de receitas, trata-se de uma imersão nesse universo sedutor, em sua história e em seus costumes, tudo entremeado com várias das mil e uma narrativas. Assista aqui ao vídeo da receita de berinjelas ao molho tahine e almôndegas de cordeiro , presentes do livro.

Conceição Evaristo: “A nossa voz, quando se torna texto literário, incomoda”

Por Júlia Manzano  Fotos: Daniel Guarin/Nonada Na noite de quarta-feira (2), o Salão de Atos lotado aplaudiu de pé as falas de Conceição Evaristo, Jarid Arraes, Jeferson Tenório, Djamila Ribeiro e Winnie Bueno em diversos momentos. A abertura do Festipoa Literária foi mais do que uma discussão sobre literatura, mas um marco. O evento foi dividido em três momentos: uma mesa, mediada por Jeferson Tenório, com Conceição Evaristo e Jarid Arraes seguida de um documentário sobre a vida e a obra de Conceição; uma declamação de poesia slam com Cristal Rocha e Morgana Benevenuto; e uma mesa mediada por Winnie Bueno com Djamila Ribeiro. O evento era intitulado “Escrevivências” e teve a complexidade do título. Qual o poder da literatura? Qual a coletividade da palavra? Como as vivências atuam perante nós e nossa escrita? Esses foram apenas alguns dos temas da noite abordados por Jeferson Tenório e Winnie Bueno e aprofundados por Conceição Evaristo, Jarid Arraes e Djamila Ribeiro.

Maya Angelou: “Ainda assim eu me levanto”

Maya Angelou, figura extraordinária das letras norte-americanas, foi porta-voz dos anseios e da revolta dos negros. Amiga de Martin Luther King e de Malcolm X, a vida inteira dedicou-se à militância pelos direitos civis de seu povo. Nascendo em Saint Louis – Missouri, partindo de uma infância miserável e cheia de tropeços no Sul profundo, educou-se, para consagrar-se a duas causas: a seu povo e à poesia. Viajou pelo país fazendo campanhas onde fosse necessário; posteriormente percorreria também a África, sempre denunciando a injustiça. Artista polivalente, fez teatro, cinema, televisão, dança. Autora de livros de memórias e assessora de presidentes, soube empunhar a poesia como arma de luta pela emancipação. Selecionamos o mais famoso de seus poemas, verdadeira declaração de princípios que serve como hino de guerra da resistência à opressão e é recitado por toda parte em ocasiões públicas. Desafio ao opressor, reitera o refrão “Eu me levanto”, trazendo para o poema as conotaç

Abolição da escravidão em 1888 foi votada pela elite evitando a reforma agrária, diz historiador

Escravos trabalham em uma plantação de café no Brasil /THE NEW YORK PUBLIC LIBRARY Em 13 de maio de 1888, há 130 anos, o Senado do Império do Brasil aprovava uma das leis mais importantes da história brasileira, a Lei Áurea, que extinguiu a escravidão. Não era apenas a liberdade que estava em jogo, diz o historiador Luiz Felipe de Alencastro, um dos maiores pesquisadores da escravidão no Brasil. Outro tema na mesa era a reforma agrária. O debate sobre a repartição das terras nacionais havia sido proposto pelo abolicionista André Rebouças, engenheiro negro de grande prestígio. Sua ideia era criar um imposto sobre fazendas improdutivas e distribuir as terras para ex-escravos. O político Joaquim Nabuco, também abolicionista, apoiou a ideia. Já fazendeiros, republicanos e mesmo abolicionistas mais moderados ficaram em polvorosa. "A maior parte do movimento republicano fechou com os latifundiários para não mexer na propriedade rural", diz Alencastro. Foi aí que veio a