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Jovita Feitosa: A cearense que fingiu ser homem para ir à guerra do paraguai

Antônia Alves Feitosa, mais conhecida como Jovita Feitosa, nascida na cidade de Tauá, no Ceará, no ano de 1848, teve sua história de vida conhecida pela coragem e determinação, ao decidir mudar sua aparência para lutar na Guerra do Paraguai, em 1865. Ao ter entrado para o exército, Jovita virou uma figura importante, sendo considerada uma heroína nacional. Passando a ser chamada de Joana D’Arc brasileira. A garota tinha apenas 17 anos quando tomou conhecimento sobre as mortes que aconteciam na Guerra do Paraguai, que já duravam seis meses em meados de 1865. Porém, a sua revolta maior se deu ao saber sobre os as violências sofridas pelas mulheres. Jovita estava decidida a alistar-se como voluntária para o exército brasileiro e servir como combatente no conflito, no entanto, sua ideia foi muito criticada, pois naquela época, as mulheres não podiam ser aceitas no exército. Foi então que a jovem teve a ideia de mudar sua aparência; cortou os cabelos e atou os seios com bandagens, colocou u...

Virginia Woolf tentou ‘curar’ sua loucura pelo suicídio

 Na manhã de sexta-feira, 28 de março de 1941, um dia claro, luminoso e frio, Virginia foi como de costume ao seu estúdio no jardim. Lá, escreveu duas cartas e atravessou os prados até o rio.  Deixando a bengala na margem, ela esforçou-se para pôr uma grande pedra no bolso do casaco. Depois encaminhou-se para a morte Em 28 de março 2020 completará 80 anos que a escritora inglesa Virginia Woolf se matou. Virginia, que hoje tende a ser comparada (desfavoravelmente) a James Joyce, que ela considerava (invejosamente) um operário autodidata, morreu aos 59 anos, jogando-se no Rio Ouse, em 1941. A obra de Virginia permanece gerando polêmica. Para alguns, ainda é inovadora. Para outros, teria envelhecido. A revolução de Virginia estaria obscurecida pela revolução de Joyce. Talvez o mais justo seja não comparar os dois autores, percebendo, antes, que há diferenças, apesar de estarem próximos (literalmente), entre eles. Sobre sua vida, é possível saber alguma ou muita coisa, principalme...

Carta às Ancestrais - Portal Geledés

Escrevo essas palavras num mix de emoções… Ao mesmo tempo em que as escrevo sentido o peso do amor, da ternura e da força das minhas ancestrais. Escrevo essas linhas com a sensação de que, em certo ponto, falhamos com nossas Yabás, mas seguimos tentando, lutando e perseverando, regidas pelo espírito delas. Reprodução/ Facebook Awurê Orixá Mesmo confusa sobre o que sentir, escrevo essa carta a elas, certa de que serei ouvida. Nossas ancestrais, que são para nós como grandes Baobás, robustas e indestrutíveis, viveram numa época em que sua força tinha que ser subliminar e sussurrada. Elas, que carregavam em suas memórias, a história do nosso povo e as nossas tradições, não podiam ocupar o seu protagonismo nessas narrativas, mesmo sendo elas as protagonistas. Nossas ancestrais, viveram num tempo marcado pela segregação, racial e de gênero. Viveram num tempo em que eram “o outro do outro”, como pontuado por Grada Kilomba. Mas foram resistentes e pacientes, porque sabiam que, assim como o ma...

Harriet Tubman tem uma frase famosa que diz “Eu libertei mil escravos. E teria libertado mais mil, se soubessem que eram escravos!”.

Já tomou café? Você sabe que é preto? Não, pera! Se dê um pouco de tempo pra pensar nessa pergunta. Harriet Tubman tem uma frase famosa que diz “Eu libertei mil escravos. E teria libertado mais mil, se soubessem que eram escravos!”. Sempre que leio essa frase, me questiono se a gente sabe que ainda é escravo!? Aí você vai me dizer “ Mas Kafunji, hoje em dia não somos mais chicoteados", “ Nós somos livres!”, “Nós somos todos iguais"... você acredita mesmo nisso? De verdade?! Eu fico aqui me perguntando sobre todas as invenções que os branc’os inventaram pra fazer a gente acreditar que isto que vivemos desde a colonização era o único caminho, a única verdade , a única vida. E isso me faz lembrar de um trecho do filme “O nascimento de uma nação”, onde a Dona da Fazenda ao descobrir que o Nat Turner sabia ler, o leva pra casa grande e lhe dá uma bíblia. Ele tenta pegar um outro livro, mas ela o impede dizendo que aqueles não eram para pessoas com o ele e que ele deveria aprender ...

Quilombos registram uma morte por dia por causa do coronavírus

Por Agência Pública Rafael Oliveira Nos quilombos da região dos Lagos, no Rio de Janeiro, a Covid-19 fez vítima uma das mais importantes figuras quilombolas do estado, região que lidera as mortes entre quilombolas no país: 36 óbitos.  “ Dona Uia era uma biblioteca viva, era a grande liderança que lutava pela questão territorial.  Uma mulher honesta, sincera, que ganhou credibilidade e as comunidades começaram a reivindicar seus direitos ”, conta Jane Oliveira, sobrinha de Carivaldina Oliveira da Costa, a dona Uia. Ela deixou seis filhos, oito irmãos e sua mãe, Dona Eva, a matriarca de 110 anos do Quilombo da Rasa, com quem compartilhava as histórias, os cantos e a memória. Eva, que ainda não sabe da morte da filha, foi testada e o resultado para Covid-19 foi negativo.             André Cypriano            André Cypriano, fotógrafo, registrou cotidiano de Quilombolas em 2008 Conhecida pelo sorriso largo, dona Uia falec...

As pressões britânicas pelo fim do tráfico de escravos

Desde a instalação da corte portuguesa no Rio de Janeiro, passando pela independência do Brasil e pelo período regencial, a Inglaterra vinha pressionando para a extinção do tráfico negreiro. Foram mais de trinta anos em que foram assinados acordos e leis – todos ignorados. Nada foi cumprido com total conivência das autoridades brasileiras.  Finalmente, em 4 de setembro de 1850, o Parlamento brasileiro aprovou a Lei no 581, conhecida como Lei Euzébio de Queiróz, que tornava extinto o tráfico de escravos africanos para o Brasil.  A lei foi cumprida.  Seis anos depois, nenhum navio negreiro foi apreendido.  Como explicar essa mudança de atitude? Por que as leis anteriores não foram cumpridas? Que interesse os ingleses tinham na extinção do tráfico negreiro?  O tráfico negreiro na mira dos ingleses  Até finais do século XVIII, o comércio negreiro fora legal e amplamente praticado pelos países europeus envolvidos com a colonização americana: Portugal, Espanha, I...