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Absorvente feito com miolo de pão, muito comum em penitenciárias femininas brasileiras

Absorvente feito com miolo de pão, muito comum em penitenciárias femininas brasileiras.  A pobreza menstrual que muitas vezes afasta meninas da escola também atinge quem está sob custódia do Estado brasileiro.  As mulheres, dentro das prisões, por falta de absorventes, passaram a usar miolos de pão para improvisar o utensílio indispensável durante o período menstrual.  Os relatos foram muito bem colocados no livro "Presos que Menstruam" de Nana Queiroz , um intenso e chocante, mas verdadeiro relato sobre a mulher no cárcere brasileiro.  A brutal vida das mulheres - tratadas como homens - nas prisões brasileiras. Grande reportagem sobre o cotidiano das prisões femininas no Brasil, um tabu neste país, Nana Queiroz alcança o que é esperado do futuro do jornalismo: ao ouvir e dar voz às presas (e às famílias delas), desde os episódios que as levaram à cadeia até o cotidiano no cárcere, a autora costura e ilumina o mais completo e ambicioso panorama da vida de uma presidi...

Jovita Feitosa: A cearense que fingiu ser homem para ir à guerra do paraguai

Antônia Alves Feitosa, mais conhecida como Jovita Feitosa, nascida na cidade de Tauá, no Ceará, no ano de 1848, teve sua história de vida conhecida pela coragem e determinação, ao decidir mudar sua aparência para lutar na Guerra do Paraguai, em 1865. Ao ter entrado para o exército, Jovita virou uma figura importante, sendo considerada uma heroína nacional. Passando a ser chamada de Joana D’Arc brasileira. A garota tinha apenas 17 anos quando tomou conhecimento sobre as mortes que aconteciam na Guerra do Paraguai, que já duravam seis meses em meados de 1865. Porém, a sua revolta maior se deu ao saber sobre os as violências sofridas pelas mulheres. Jovita estava decidida a alistar-se como voluntária para o exército brasileiro e servir como combatente no conflito, no entanto, sua ideia foi muito criticada, pois naquela época, as mulheres não podiam ser aceitas no exército. Foi então que a jovem teve a ideia de mudar sua aparência; cortou os cabelos e atou os seios com bandagens, colocou u...

Virginia Woolf tentou ‘curar’ sua loucura pelo suicídio

 Na manhã de sexta-feira, 28 de março de 1941, um dia claro, luminoso e frio, Virginia foi como de costume ao seu estúdio no jardim. Lá, escreveu duas cartas e atravessou os prados até o rio.  Deixando a bengala na margem, ela esforçou-se para pôr uma grande pedra no bolso do casaco. Depois encaminhou-se para a morte Em 28 de março 2020 completará 80 anos que a escritora inglesa Virginia Woolf se matou. Virginia, que hoje tende a ser comparada (desfavoravelmente) a James Joyce, que ela considerava (invejosamente) um operário autodidata, morreu aos 59 anos, jogando-se no Rio Ouse, em 1941. A obra de Virginia permanece gerando polêmica. Para alguns, ainda é inovadora. Para outros, teria envelhecido. A revolução de Virginia estaria obscurecida pela revolução de Joyce. Talvez o mais justo seja não comparar os dois autores, percebendo, antes, que há diferenças, apesar de estarem próximos (literalmente), entre eles. Sobre sua vida, é possível saber alguma ou muita coisa, principalme...

Carta às Ancestrais - Portal Geledés

Escrevo essas palavras num mix de emoções… Ao mesmo tempo em que as escrevo sentido o peso do amor, da ternura e da força das minhas ancestrais. Escrevo essas linhas com a sensação de que, em certo ponto, falhamos com nossas Yabás, mas seguimos tentando, lutando e perseverando, regidas pelo espírito delas. Reprodução/ Facebook Awurê Orixá Mesmo confusa sobre o que sentir, escrevo essa carta a elas, certa de que serei ouvida. Nossas ancestrais, que são para nós como grandes Baobás, robustas e indestrutíveis, viveram numa época em que sua força tinha que ser subliminar e sussurrada. Elas, que carregavam em suas memórias, a história do nosso povo e as nossas tradições, não podiam ocupar o seu protagonismo nessas narrativas, mesmo sendo elas as protagonistas. Nossas ancestrais, viveram num tempo marcado pela segregação, racial e de gênero. Viveram num tempo em que eram “o outro do outro”, como pontuado por Grada Kilomba. Mas foram resistentes e pacientes, porque sabiam que, assim como o ma...

Harriet Tubman tem uma frase famosa que diz “Eu libertei mil escravos. E teria libertado mais mil, se soubessem que eram escravos!”.

Já tomou café? Você sabe que é preto? Não, pera! Se dê um pouco de tempo pra pensar nessa pergunta. Harriet Tubman tem uma frase famosa que diz “Eu libertei mil escravos. E teria libertado mais mil, se soubessem que eram escravos!”. Sempre que leio essa frase, me questiono se a gente sabe que ainda é escravo!? Aí você vai me dizer “ Mas Kafunji, hoje em dia não somos mais chicoteados", “ Nós somos livres!”, “Nós somos todos iguais"... você acredita mesmo nisso? De verdade?! Eu fico aqui me perguntando sobre todas as invenções que os branc’os inventaram pra fazer a gente acreditar que isto que vivemos desde a colonização era o único caminho, a única verdade , a única vida. E isso me faz lembrar de um trecho do filme “O nascimento de uma nação”, onde a Dona da Fazenda ao descobrir que o Nat Turner sabia ler, o leva pra casa grande e lhe dá uma bíblia. Ele tenta pegar um outro livro, mas ela o impede dizendo que aqueles não eram para pessoas com o ele e que ele deveria aprender ...

Quilombos registram uma morte por dia por causa do coronavírus

Por Agência Pública Rafael Oliveira Nos quilombos da região dos Lagos, no Rio de Janeiro, a Covid-19 fez vítima uma das mais importantes figuras quilombolas do estado, região que lidera as mortes entre quilombolas no país: 36 óbitos.  “ Dona Uia era uma biblioteca viva, era a grande liderança que lutava pela questão territorial.  Uma mulher honesta, sincera, que ganhou credibilidade e as comunidades começaram a reivindicar seus direitos ”, conta Jane Oliveira, sobrinha de Carivaldina Oliveira da Costa, a dona Uia. Ela deixou seis filhos, oito irmãos e sua mãe, Dona Eva, a matriarca de 110 anos do Quilombo da Rasa, com quem compartilhava as histórias, os cantos e a memória. Eva, que ainda não sabe da morte da filha, foi testada e o resultado para Covid-19 foi negativo.             André Cypriano            André Cypriano, fotógrafo, registrou cotidiano de Quilombolas em 2008 Conhecida pelo sorriso largo, dona Uia falec...